Com a participação da Dra. Ana Sofia Paiva
Destaco o testemunho do nosso professor Joaquim Letria:
Eu queria somente agradecer-lhe o dia de ontem, mas nem sei como dizer…
Foi das coisas mais bonitas que me fizeram. E deixou-me um buraco cá dentro
que não sei como encher!
Não quero dizer coisa bonita do dia de ontem! Não!! Quero dizer coisa bonita de toda a minha vida.
A minha vida já vai longa e cheia de todas as emoções, boas e más,
perto e longe, mas nenhuma delas como a de ontem, criada com o seu afecto, talento, simplicidade, que me fizeram sentir completamente despojado, à sua mercê, vulnerável diante daquelas pessoas todas – entre as quais via os seus pais só com olhos e amor para si – gente que possivelmente nem sabia que eu escrevera histórias numa fase da minha vida.
Muito obrigado!
Depois do livro das histórias e todos os outros saírem, li-os à procura de erros, defeitos ou gralhas e nunca mais voltei a olhá-los. Como se tivesse vergonha deles. Por isso deixei-os irem-se-me escapando e pensei ontem, no carro para Lisboa, se algum dos meus filhos os leu. Não sei, mas duvido.
As histórias, reconheci-as só a meio -tão bem lidas que nem pareciam escritas por mim!- e um exercício de memória garantiu-me que só me lembro, não sei porquê, de “Retrato do poeta sempre jovem”, “Carta de Amor”, “Os agás mudos são uma gaita” e “A Estátua”. Não faço ideia porque razão, mas a verdade é que só me lembrava destas.
Enfim, ainda não é Alzheimer, mas os neurónios já não são o que eram… embora o Rafael Alberti, comigo, em Cádiz, jamais esquecerei, ainda que não me lembre dos termos da história.
A Ana Sofia tem mais que fazer do que aturar-me. Desculpe! Mas não a vou largar da mão porque gosto de a ver, de a ouvir e dá-me o golpe de misericórdia quando sorri.
Mas como lhe diria eu isto, quando a revisse, interroguei-me eu para Lisboa e no regresso de lá .
Já sei: Não digo nada! Mas já tenho uma boa desculpa, um pretexto, um motivo, um alibi para voltar a estar consigo:
Adorava que me contasse a história do macaco de rabo cortado!
Um beijo grande, muito afectuoso, do seu
Joaquim Letria
Agora o meu registo desta aula muito especial –José Capelo
O Professor Joaquim Letria fez a apresentação formal da nossa convidada e um pequeno resumo da sua longa e excepcional biografia, desde a sua formação, graduação em teatro, investigadora, até ao seu trabalho de actriz e atividade a que se dedica actualmente da narração de contos.
“Eu sou uma contadora de histórias” –Assim começou a Ana Sofia Paiva a sua apresentação com retratos figurativos da sua infância na “Margem Sul”, filha de professores, fez os seus primeiros estudos na Escola nº 4 de Amora.
Partilhou-nos as memórias, vivências pessoais com seus familiares, avós e pais que lhe transmitiram um gosto pela leitura e o conto.
Levou-nos para o seu início, na narração com a história “Do Macaco do Rabo Cortado” e o apelo que sentiu para a “a arte da narrativa” e ao seu encontro com o teatro.
Até que “um dia tropeçou” com as histórias da Tradição Oral e a envolvente com a música, a poesia, a linguística e a literatura.
Num alinhamento a nosso ver muito bem preparado começou por ler um texto do “ Livro de Assentos” da autoria do professor Joaquim Letria e tivemos de novo um regresso à sua infância com ligação à cultura.
Depois com leitura de textos do livro, “Histórias Para Ler e Deitar Fora” também da autoria de Joaquim Letria, os nossos sentidos ficaram despertos para as emoções.
A cada leitura o silêncio imperava como que a sentirmos cada palavra, que culminava com o aplauso geral.
Também foram tema textos de Cecília Meireles e de Manuel de Barros e de novo, uma palavra para suas lembranças e afectos.
Para terminar e com a participação de todos foi ensaiada uma narrativa visual com a apresentação de gravuras e acompanhamento da nossa convidada.
A Todos os alunos e amigos presentes, ao Professor Joaquim Letria, à Dra. Ana Sofia Paiva e seus pais Délio e Ana Maria Paiva, estes também nossos colegas na Turma de Temas Contemporâneos o nosso muito obrigado por esta “Aula de Emoções”.
Partilhou-nos as memórias, vivências pessoais com seus familiares, avós e pais que lhe transmitiram um gosto pela leitura e o conto.
Levou-nos para o seu início, na narração com a história “Do Macaco do Rabo Cortado” e o apelo que sentiu para a “a arte da narrativa” e ao seu encontro com o teatro.
Até que “um dia tropeçou” com as histórias da Tradição Oral e a envolvente com a música, a poesia, a linguística e a literatura.
Num alinhamento a nosso ver muito bem preparado começou por ler um texto do “ Livro de Assentos” da autoria do professor Joaquim Letria e tivemos de novo um regresso à sua infância com ligação à cultura.
Depois com leitura de textos do livro, “Histórias Para Ler e Deitar Fora” também da autoria de Joaquim Letria, os nossos sentidos ficaram despertos para as emoções.
A cada leitura o silêncio imperava como que a sentirmos cada palavra, que culminava com o aplauso geral.
Também foram tema textos de Cecília Meireles e de Manuel de Barros e de novo, uma palavra para suas lembranças e afectos.
Para terminar e com a participação de todos foi ensaiada uma narrativa visual com a apresentação de gravuras e acompanhamento da nossa convidada.
A Todos os alunos e amigos presentes, ao Professor Joaquim Letria, à Dra. Ana Sofia Paiva e seus pais Délio e Ana Maria Paiva, estes também nossos colegas na Turma de Temas Contemporâneos o nosso muito obrigado por esta “Aula de Emoções”.